Sobre o Papel
dos autarcas no Licenciamento de Parques Eólicos.
Muitos nos têm questionado sobre o papel dos autarcas em toda esta
polémica da ampliação do Parque Eólico em Malcata. Vamos procurar esclarecer um
pouco…
Atrevemo-nos a dizer que a vontade da Autarquia é determinante em todo
o processo de licenciamento. Vejamos alguns exemplos:
1)
A construção do parque
necessita de licenças camarárias. Prudentemente, nenhuma empresa irá para o terreno
em clima de controvérsia com a autarquia;
2)
PDM aprovado é a
peça fundamental que determina o que se pode e não pode construir. Se a Administração
Local atribui valor histórico-paisagístico-económico (real ou potencial) a determinada
zona então isso deve ser refletido no PDM;
3)
PDM classifica e
estabelece limitações em zonas sensíveis ou de potencial desenvolvimento;
4)
A classificação
anterior tem implicações, por exemplo, nos níveis de ruido admissíveis e consequentemente
no modo de aplicação do Regulamento Geral do Ruído:
5)
Malcata, por
exemplo, tem equipamentos de saúde (Lar de 3ª idade com alguma dimensão) de
educação (escola) e isso poderia ser usado pela Autarquia para exigir baixos níveis
de ruído admissíveis, ao nível do sopro. Foi considerado? A resposta é NÃO.
6)
Malcata pretende
vir a ter equipamentos de lazer associados ao espelho de água (barragem) que
tem no seu território. Pretende apostar no turismo de fim de semana, no aluguer
de casas à época ou em fins de semana, no turismo rural. A consideração deste aspetos
faria com que o estudo de avaliação de impactos dos aerogeradores tivesse que
considerar a consequente perda de valor e as consequentes medidas de
minimização e de compensação. Foi considerado? A resposta é NÃO
Deixamos então duas questões:
1)
O Papel dos
Autarcas é ou não é de importância vital?
2)
Nos casos de
Malcata e Sortelha estiveram os eleitos à altura das suas responsabilidades?
Que cada um, na sua liberalidade e inteligência, encontre as suas
respostas…
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