sábado, 3 de janeiro de 2015


“Salve-se o Lince

É muito triste viver num país que está à venda…… Que mais temos para vender? A paisagem natural, o bem mais colectivo de todos. Mas a paisagem vende-se? ……. A resposta é sim: Em Portugal a paisagem vende-se. Vende-se desde há muito, sob a forma legal de excepção à lei, e sempre para favorecer interesses privados, em prejuízo do interesse colectivo.

… Resta, meus senhores o lince da Malcata – hoje por razões à vista, rebatizado de lince ibérico.

Mas não queiram conhecer a verdadeira história da “ reintrodução do lince ibérico” em Portugal !


A caça autóctone está a desaparecer, as azinheiras e os sobreiros estão doentes e morrem aos milhares, os terrenos estão ao abandono, a agricultura é substituída pelas matas de eucaliptos cuja única contribuição para a natureza é a de atear fogos, todo o meio ambiente natural está despovoado, abandonado e em processo de morte lenta, e as autoridades ambientais dedicam-se a brincar aos ursinhos e linces de peluche!

… “

(Miguel Sousa Tavares, Expresso, 3 de janeiro de 2015)

Pois é…

e em Malcata?

Os interessados no Parque Eólico são: LESTENERGIA ( produtor de energia eléctrica) a Câmara de Penamacor ( sobretudo) a Câmara do Sabugal ( residualmente), o intermediário do arrendamento dos terrenos, os proprietários do terrenos (migalhas).

Os totalmente prejudicados são os malcatenhos, em termos:  paisagísticos, ruído, fauna, flora, actividade cinegética, desvalorização de activos (casas, terrenos, …) !

Uma marca “Lince da Malcata”, amplamente conhecida a nível nacional, tem hoje um valor depreciado, ou mesmo nulo, por incapacidade das autoridades locais em colocar a marca como instrumento de criação de valor para o Concelho!

Uma DIA (Declaração de Impacto Ambiental) emitida pela autoridade ambiental , a APA, que nitidamente defende os interesses energéticos e desvaloriza despudoradamente o interesse maior de uma população !

Portugal está mesmo à venda!

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